O Burkina Faso está prestes a tornar-se a quarta maior economia da zona CFA, ultrapassando o Mali e aproximando-se de potências económicas regionais como a Costa do Marfim e o Senegal. Esta progressão é acompanhada por uma decisão histórica: o país, ao lado do Mali e do Níger, prepara-se para abandonar o franco CFA, símbolo da herança colonial francesa.
De acordo com as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI), o PIB do Burkina Faso deverá atingir 21,9 mil milhões de dólares em 2024, em comparação com 20,3 mil milhões de dólares em 2023. Este crescimento coloca o país à frente do Mali, cuja economia, apesar de um aumento para 21,6 mil milhões de dólares, , cai para o quinto lugar na zona CFA.
O abandono do franco CFA pelo Burkina Faso, Mali e Níger marcará um importante ponto de viragem na história económica da região. Esta decisão, embora o seu impacto preciso no PIB ainda não tenha sido avaliado, simbolizará o desejo dos países de se libertarem de um sistema monetário percebido como um vestígio da colonização.
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Detalhes da nova moeda comum aos três países ainda não foram revelados. No entanto, a perspectiva de uma nova era económica aumenta a esperança de uma maior autonomia e de um melhor controlo do seu destino económico para estas nações.
Apesar da ascensão do Burkina Faso, a Costa do Marfim mantém a sua posição de líder económico na zona CFA. Com um crescimento sustentado alimentado pelos seus projectos de petróleo e gás, espera-se que o país ultrapasse a marca dos 100 mil milhões de dólares em PIB em 2026, atingindo os 109 mil milhões de dólares em 2027.
O futuro da zona CFA permanece incerto, mas a decisão do Burkina Faso, do Mali e do Níger de abandonar o franco CFA abrirá caminho a novas perspectivas e a uma potencial reconfiguração dos equilíbrios económicos da região.