Ministra do MAPTESS ultrapassada pela direita – Ilídio Manuel

Avatar By Redacao Abr 22, 2024
Ministra do MAPTESS ultrapassada pela direita - Ilídio Manuel

Vi há dias um vídeo nas redes sociais, no qual o seu autor dizia que as negociações entre o Ministério do Trabalho e os sindicatos não chegariam a bom porto porque, segundo ele, a ministra Teresa Dias era uma mera auxiliar do Titular do Poder Executivo (TPE), sem capacidade de decidir.

No vídeo, o autor fazia referência aos excessivos poderes que estavam concentrados na pessoa de JLo e que as negociações não iriam produzir nenhum efeito à mesa negocial.

O tempo e a dinâmica dos acontecimentos acabaram de lhe dar razão.

Se existiam dúvidas sobre a veracidade do conteúdo do vídeo, as mesmas foram nesta sexta-feira dissipadas quando, no decurso de uma reunião do CC do MPLA, JLo anunciou que os funcionários públicos seriam aumentados em 30 mil Kwanzas ao seu salário de base.

Das duas, uma: ou a ministra do MAPTSS era uma mera presença figurativa, que lá estava a “entreter” os sindicalistas com as negociações, ou ela foi ultrapassada pela direita por JLo…

Admitindo-se que relegou a ministra do MAPTSS para segundo plano, quis JLo, com o seu gesto, colher dividendos políticos, algo que terá conseguido ao arrancar aplausos à plateia presente no local.

JLo terá agido de forma calculada e fria, pelo que não se limitou a anunciar os aumentos salariais, como também deu a conhecer que os decretos afins já tinham sido assinados e que seriam anunciados no mesmo dia.

Se, para uns, a atitude de JLo visou tirar o tapete aos sindicatos, para outros, ele fez uma fuga para frente, socorrendo-se de um paliativo para debelar a crise; uma crise que, segundo estimam os observadores, cedo ou tarde, irá reacender.

Sem querer, JLo acabou de mostrar também um sinal de fraqueza do seu Executivo que cedeu às pressões dos sindicatos e dos trabalhadores grevistas.

Depois de no início do ano ter procedido ao aumento de 5 000 kz aos salários, o Executivo elevou agora a fasquia para 30 000 kz , como resultado dessas pressões, mas que está ainda longe dos números dos sindicatos defendem, ou seja, um salário mínimo nacional de 100 mil Kwanzas.