By Redacao
O jornalista Ilídio Manuel partilhou em sua página do Facebook uma análise sobre a participação significativa da juventude nas eleições angolanas de 2022, destacando a influência notável da geração do pós-guerra no cenário político do país.
Segundo Manuel, a maioria dos eleitores angolanos é composta por jovens que não experimentaram diretamente os efeitos da guerra civil até 2002, um período que marcou profundamente a história do país. Muitos desses jovens, nascidos após o término do conflito, participaram pela primeira vez do processo democrático em 2022, com uma parte significativa optando por apoiar a oposição, especialmente a UNITA.
Para alguns jovens, a escolha pela UNITA reflete a esperança depositada no partido, enquanto outros, independentemente de suas simpatias políticas, escolheram votar na oposição como uma forma de expressar descontentamento em relação à governação do MPLA e ao desgaste de sua imagem ao longo dos anos.
O jornalista enfatiza que a juventude atual demonstra menos interesse nas disputas passadas entre MPLA, UNITA e FNLA, direcionando suas preocupações para questões contemporâneas, como educação, emprego, moradia e qualidade de vida. O não cumprimento de promessas eleitorais, a má distribuição da renda social e a falta de oportunidades são citados como fontes de insatisfação crescente.
Ilídio Manuel critica a abordagem política que revisita eventos históricos, como os ocorridos na Jamba, critica figuras políticas como Jonas Savimbi e trata de eventos traumáticos, como o “27 de Maio”. Ele argumenta que essa estratégia pode ser considerada uma falta de foco nas questões atuais, sugerindo que a política deveria evoluir para abordar as demandas imediatas da juventude angolana.
Ao apresentar essas reflexões, Ilídio Manuel destaca a importância de uma análise equilibrada e focada nas preocupações atuais da sociedade, sem negligenciar o passado, mas reconhecendo a necessidade de uma abordagem política mais alinhada com as aspirações presentes e futuras da população jovem.