Hospital Américo Boavida: Urgência fechada a partir de hoje e restantes serviços encerrados a partir de sábado para obras de reabilitação – Pacientes serão transferidos para o Hospital de Viana, que vai ser inaugurado esta semana

Avatar By Redacao Abr 8, 2024
Hospital Américo Boavida: Urgência fechada a partir de hoje e restantes serviços encerrados a partir de sábado para obras de reabilitação - Pacientes serão transferidos para o Hospital de Viana, que vai ser inaugurado esta semana

A urgência do Hospital Américo Boa Vida, em Luanda, vai ser encerrada hoje, e, até sábado, serão encerrados todos os outros serviços desta unidade de saúde que vai entrar em obras de requalificação. Os utentes internados no Américo Boa vida serão transferidos para o novo Hospital Geral de Viana, que entra em funcionamento esta semana, e também para outros hospitais.

A obra está a cargo da empresa Sinohydro, um dos principais parceiros empresariais chineses do Governo, responsável por várias obras públicas, do sector da energia e águas aos da construção e da saúde, desporto, entre outros. Por exemplo, foi o empreiteiro do projecto de captação e distribuição de água do Cafu, o maior empreendimento de combate à seca do País, das obras do futuro aeroporto de Mbanza Congo, da modernização do estádio da Tundavala, da asfaltagem das principais estradas na cidade do Luena, entre muitas outras

O Governo vai gastar 148,5 milhões de dólares norte-americanos para pôr em prática, através de um ajuste directo, o projecto de reabilitação, ampliação e apetrechamento do Hospital Américo Boavida, valor assegurado pela linha de financiamento do banco Inglês Standard Chartered. Aos 148,5 milhões USD acrescem 739,7 milhões de kwanzas (880 mil USD) para os serviços de fiscalização da empreitada. A obra para reabilitar o segundo maior hospital de Luanda vai custar mais 20 milhões de dólares do que a construção, de raiz, do Complexo Hospitalar General Pedro Maria Tonha “Pedalé”.

Também pode ser do seu interesse:

O sector da Saúde, que é habitualmente alvo de muitas críticas em Angola, sobretudo em Luanda, onde os próprios médicos alertam para a falta de materiais e de condições nos hospitais públicos, tem sido reforçado nos últimos dois anos com a autorização, pelo Presidente da República, para a construção e/ou reabilitação de vários hospitais quer na capital do País, quer em províncias como o Bengo, Cunene, Uíge ou Benguela.

O Américo Boavida, o segundo maior hospital de Luanda, esteve no epicentro de um vendaval de críticas em Maio, quando surgiram várias imagens e vídeos na internet que mostravam a unidade de saúde a rebentar pelas costuras, com gente deitada no chão a aguardar vez nas urgências, situação que levou a ministra Sílvia Lutucuta a mudar a direcção da instituição, substituindo Agostinho José Matamba pelo cardiologista Mário Fernandes (ler aqui). Em Setembro do ano passado, um paciente faleceu à porta do hospital após ter-lhe sido reciusado atendimento.

Esta segunda-feira, Mário Fernandes, director geral do HAB, confirmou o encerramento à imprensa e salientou que o hospital irá sofrer uma reabilitação profunda para receber a tão necessária modernização.

Quanto aos funcionários, realçou que todos serão transferidos para outras unidades, destacando que o seu corpo clínico será deslocado para o novo Hospital Geral de Viana.

O HAB trabalhava há anos com limitações, em função das obras de reabilitação que já estão em curso e que atrapalhavam o seu normal funcionamento, como descreveu em 2023 ao Novo Jornal uma fonte da direcção, que apelou ao encerramento total desta unidade de saúde.
Segundo a fonte, das 800 camas para internamento, o hospital funcionava apenas com 100.

Conforme a fonte, as obras em curso no hospital atrapalhavam a maioria dos serviços clínicos naquela instituição.
A fonte contou que devido às obras, partes das paredes dos quartos e salas de atendimento começaram a cair, o que levou à desactivação de um dos edifícios e consequentemente alguns serviços.

O Novo Jornal soube que o hospital atendia apenas os pacientes com patologias graves, ou seja, os que necessitavam de intervenções cirúrgicas, os que eram reencaminhados de outras instituições hospitalares e os com ferimentos graves de acidentes. NJ