Escândalo de corrupção e má gestão abala Linhas Aéreas de Moçambique

Avatar By Redacao Fev 12, 2024
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O diretor de restruturação das Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) expôs hoje um esquema de desvio de dinheiro em lojas de venda de bilhetes, utilizando máquinas de terminais de pagamento automático (TPA/POS) que não pertencem à companhia, conforme reportado pela Lusa.

Sérgio Matos, em uma conferência de imprensa em Maputo, revelou que a equipe realizou uma rápida intervenção em conjunto com a segurança interna da LAM para recolher todas as máquinas POS. Até domingo, foram retiradas 81 máquinas de 20 pontos de venda de bilhetes da companhia. Matos destacou que em algumas lojas, os responsáveis nem reconheciam as máquinas, desconhecendo a sua procedência.

A fiscalização teve início há quase duas semanas, quando a empresa percebeu um aumento nas vendas de bilhetes, porém, as receitas não correspondiam ao esperado. Matos observou que, nos últimos três meses, havia uma diferença significativa entre as vendas e as receitas, resultando em um déficit considerável.

Além disso, Matos mencionou irregularidades na gestão do dinheiro em caixa nas lojas, destacando que em alguns casos os depósitos eram feitos dias depois da coleta, indicando possíveis manipulações.

A inspeção também revelou problemas no abastecimento de combustível às aeronaves, com documentos indicando quantidades superiores às capacidades reais das aeronaves. Matos questionou o destino das quantidades adicionais de combustível.

Outra descoberta foi uma conta no Maláui contendo 1,2 milhões de dólares, à qual ninguém na companhia tinha acesso, revelou Matos. Ele também denunciou casos de funcionários que utilizaram fundos da empresa para comprar imóveis pessoais.

Matos admitiu uma dívida histórica com a empresa pública Petromoc de cerca de 70 milhões de dólares, além de uma dívida recente de 300 milhões de meticais devido a operações de voos de regresso à Europa.

A LAM está passando por um processo de revitalização desde abril do ano anterior, com a gestão da empresa sul-africana Fly Modern Ark (FMA) e um plano de reestruturação em curso. Este esforço de revitalização vem após anos de problemas operacionais relacionados à frota reduzida e falta de investimentos, resultando em incidentes não fatais associados à manutenção inadequada das aeronaves.

Atualmente, a rede de voos da LAM abrange 12 destinos domésticos, além de voos regionais e intercontinentais, com mais de 40 voos diários operados por uma frota diversificada.