De acorodo com a VOA, o antigo general do MPLA, António Bento Bembe acusa governo angolano de violar acordos de paz em Cabinda, alegando uma falha no cumprimento dos compromissos assumidos no Memorando de Entendimento para a paz em Cabinda, assinado em 2006. Este memorando foi co-assinado por Bento Bembe na província angolana do Namibe.
Responsabilidade do Governo em Questão
Bento Bembe, que agora lidera o Fórum Cabindês para o Diálogo (FCD), declarou que o impasse na implementação do acordo é principalmente responsabilidade do governo, o que tem levado a um aumento das tensões em Cabinda. Essas afirmações surgiram depois de acusarem Bembe de trair a causa dos cabindas ao ingressar no partido no poder.
Memorando de Entendimento em Foco
O general aposentado enfatizou que o Memorando de Entendimento não pode ser descartado e que o governo tem a obrigação de respeitá-lo. Ele destacou que o documento vai além da simples integração dos ex-guerrilheiros da FLEC e inclui uma série de disposições que o governo deve honrar.
Críticas à Proposta da UNITA
Além disso, Bento Bembe minimizou os esforços recentes da UNITA para resolver o conflito em Cabinda, descrevendo a proposta de autonomia do líder da UNITA, Adalberto Costa Júnior, como uma “aventura” e questionando a credibilidade do partido.
Mudança de Posição e Desilusão
Este desenvolvimento marca uma aparente mudança de posição por parte de Bento Bembe, que já ocupou cargos influentes no MPLA e no governo angolano. A sua recente postura pode refletir uma desilusão com as promessas não cumpridas pelo governo, de acordo com análises de especialistas.
Tensão no FCD
O FCD, liderado por Bento Bembe, é composto por várias facções separatistas cabindas e tem sido um ator chave nas negociações de paz na região. No entanto, em 2019, uma parte dos membros do FCD anunciou o afastamento de Bento Bembe da liderança, acusando-o de abandonar a organização sem consentimento.
Impacto nas Negociações de Paz
Este último desenvolvimento intensifica a tensão em Cabinda e levanta questões sobre o futuro das negociações de paz na região. O governo angolano ainda não respondeu publicamente às acusações de Bento Bembe, mas estas podem desencadear um novo debate sobre a situação em Cabinda e a necessidade de uma solução duradoura para o conflito.
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