Insuficiência de energia condiciona projectos industriais mineiros no Namibe

Avatar By Redacao Jun 20, 2024
Insuficiência de energia condiciona projectos industriais mineiros no Namibe

De acordo com o ministro angolano dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, o Governo projecta a criação de um polo para rochas ornamentais e de uma siderurgia para a produção de aço naquela província.

O governo angolano pretende criar, na província do Namibe, um Polo de Desenvolvimento de Rochas Ornamentais e uma siderurgia para a produção de aço, dois projecto que, no entanto, esbarram neste momento na insuficiência de energia eléctrica na zona.

A informação foi avançada pelo ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás, Diamantino Pedro Azevedo, durante a IX Reunião do Conselho Consultivo do seu pelouro, realizada recentemente na cidade do Cuito, província do Bié, que decorreu sob o lema “Fomentar as Cadeias de Valor dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás para a Diversificação Económica e Desenvolvimento Sustentável”.

De acordo com o governante, o que está projectado para o Namibe é um polo para as rochas ornamentais, idêntico ao dos diamantes [construído em Saurimo, Lunda Sul], que “terá todos os serviços” comerciais, centro de formação, centro de treinamento, centro de medicina especializada para as doenças ligadas à actividade das rochas ornamentais, além de um espaço para os privados montarem as suas fábricas, com energia, água e todas outras condições. Dados consultados pela FORBES ÁFRICA LUSÓFONA indicam que o Polo de Rochas Ornamentais do Namibe tem um custo previsto de 104,9 milhões de dólares e conclusão prevista para 2026.

Estamos na luta para que haja energia suficiente no Namibe para este e outro projecto e então podermos montar lá este polo de desenvolvimento das rochas ornamentais, precisou.

Ainda no Namibe, acrescentou Diamantino Azevedo, projecta-se também a instalação de uma siderurgia para a produção do aço. “Um país no nosso estágio desenvolve-se com aço, com cimento, com energia e com as pessoas. Então, precisamos de aço. O que nós queremos fazer com esta siderurgia é maximizarmos também o nosso recurso endógeno. Temos mineiro de ferro na Jamba Mineira! Então, podemos sim produzir aço e com isso tornamos os passos mais simples para a construção civil”, considerou.

Só estamos a precisar de energia, mas também é um processo que está demorado, lamentou.

Sem avançar em quanto está orçado o projecto, o ministro entende que, se Angola começar a produzir aço localmente, poupará divisas que podem ser usadas para outras coisas e alavancará mais o sector da construção civil.

O que se fez para a futura siderurgia do Namibe, explicou, foi buscar um parceiro, depois do seu Ministério ter “vencido a luta” para que fosse aprovada como um projecto mineiro-siderúrgico. “Isso também foi uma luta, porque houve vozes que defendiam que mineiro é uma coisa e siderurgia é outra. O projecto foi aprovado e fomos buscar como investidor/parceiro uma empresa siderúrgica da Turquia”, indicou.

“O nosso objectivo não é só explorar mineiros, mas também produzir o aço. E acordamos com essa empresa que eles podem exportar uma parte do mineiro de ferro e a outra parte fazer a siderurgia”, detalhou. Entretanto, a grande questão agora é resolver o problema da energia para o investidor se sentir encorajado a continuar com o projecto, disse Diamantino, tendo referido ainda que, “perante estes fenómenos todos”, o projecto está a ser revisto para poder ser implementado mais rápido.

“A questão está a ser resolvida. Não no tempo que nós gostaríamos que fosse. Costumo dizer que já só reformado e que só estou nesta função por estar, mas gostaria que este processo chegasse ao fim, porque eu perdi muitos anos da minha juventude neste projecto. Gostaria de vê-lo terminado também, com a siderurgia a produzir aço. vamos todos criar sinergias para que esta siderurgia arranque”, apelou a concluir. Forbes África Lusofona