By Redacao
Durante uma entrevista à Rádio Correio Kianda, no sábado, dia 01, o General Higino Carneiro refutou as afirmações feitas pelo General Eugénio Manuvakola sobre os Acordos de Bicesse. Enquanto Manuvakola afirma que o fracasso dos acordos se deu pela exclusão do Governo de Unidade e Reconciliação Nacional, Higino Carneiro apontou que a mudança de posição da UNITA logo após a assinatura dos acordos foi a verdadeira razão para o fracasso.
“Confesso que Bicesse abriu as portas que nos conduziram à paz. Em primeiro lugar, e em segundo, Bicesse também nos mostrou que era possível entre angolanos viver em harmonia, viver em coesão, e haver fraternidade entre nós, independentemente das diferenças ideológicas que existiam. Bicesse também mostrou que quando a causa é Angola, as lideranças partidárias podem realmente conversar e buscar soluções de maneira a preservar o interesse nacional. Estes são três elementos que eu coloco agora aqui através da rádio Correio Kianda.”
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“Na verdade, o Bicesse não fracassou por isso. Bicesse fracassou porque, no dia seguinte aos acordos, a UNITA começou a pensar diferente e, como todos sabem, o desfecho foi o que aconteceu em 1992. Houve eleições depois de muito trabalho de desmobilização das Forças Armadas e constituição das novas Forças Armadas. O processo teve início, mas quando ocorreu novamente o conflito, sobretudo em Luanda, as Forças Armadas estavam constituídas apenas em 99% com as suas unidades operacionais; o restante não estava”, disse.
Ainda sobre os Acordos de Bicesse, o General Higino Carneiro também disse que a reposição da administração do Estado em Angola enfrentou desafios significativos. Ele afirmou que o fracasso não pode ser atribuído às supostas violações do governo do MPLA, mas sim a fatores contrários, rebatendo os pronunciamentos do General Eugénio Manuvakola.
“Tratamos de promover a reposição da administração do Estado, mas ela também não foi concluída. Enfim, um conjunto de factores que não se devem a, digamos assim, violações que muitas vezes se alega que o governo do MPLA tenha feito. Não, o fracasso veio do lado contrário. Portanto, o que ele disse… eu estava presente, e como estávamos numa conferência, não era o momento para refutar e criar diálogo naquele ambiente. No fundo, era agradável e estávamos a transmitir as nossas experiências e o nosso conhecimento à juventude.” Concluiu