By Redacao
A CIVICOP procedeu nesta terça-feira, em Luanda, à entrega das ossadas de um general das FAA, proveniente das extintas FALA, forças militares da UNITA.
Com alguma surpresa, a Comissão de Reconciliação em Memória das Vítimas de Conflitos Políticos (CIVICOP) anunciou que o finado general Fernando Diniz Sambimbi “Begin” foi vítima de doença, tendo falecido em 1999.
Não se tratando propriamente dito de uma vítima directa da guerra, mas de alguém que morreu em decorrência de uma doença, por que lhe foi dado um tratamento diferente dos objectivos que nortearam a criação da COVICOP?
A CIVICOP justifica o acto, dizendo que agiu por “razões humanitárias”, a pedido da família do finado general “Begin”.
Acontece que as ossadas, além de terem sido exumadas numa região que esteve sob forte controlo da UNITA, foram transladadas para Luanda, mas, segundo a CIVICOP, serão depois reenviadas ao Bié para o devido funeral.
No acto de entrega dos restos mortais do alto oficial castrense, estiveram presentes o ministro do Interior, Eugénio Laborinho, e o Chefe do Serviço de Inteligência e da Segurança do Estado, general Garcia Miala .
Se a CIVICOP diz que agiu por razões humanitárias, por que não promove também a exumação das ossadas das vítimas do “27 de Maio” em Luanda, da “sexta-feira sangrenta”, também na capital angolana, ou dos massacres do Tômbwa, no Namibe?
Não deixa de ser sintomático que as localidades até aqui escolhidas para a remoção das ossadas foram zonas que estiveram sob controlo militar da UNITA, nomeadamente a Jamba, Huambo e Bié? Haverá uma razão especial?
Há muitas pontas soltas nesse puzzle que carecem de enquadramento e de respostas convincentes.
Assim, fica difícil abraçar e perdoar.