População angolana antevê um futuro incerto e pior para os próximos meses

Avatar By Redacao Mar 9, 2024
População angolana antevê um futuro incerto e pior para os próximos meses

O relatório recentemente divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística lança luz sobre as expectativas dos angolanos em relação ao futuro do país, revelando um cenário preocupante. Segundo José Gama, analista político, o documento aponta para uma tendência negativa no indicador de confiança dos consumidores, que persiste há quatro trimestres consecutivos. Este cenário levanta sérias preocupações sobre o estado da economia e a estabilidade social em Angola, exigindo uma análise cuidadosa e medidas eficazes para abordar as questões subjacentes.

“Gama sublinha que este relatório reflecte a realidade que tem vindo a ser discutida há algum tempo”, observando que “os preços dos combustíveis e dos produtos têm vindo a subir, como aconteceu em junho, e menos de seis meses depois estamos a testemunhar o mesmo fenómeno novamente.”

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O indicador de confiança, de acordo com Gama, é uma ferramenta crucial para avaliar o sentimento e a percepção dos cidadãos em relação à sua qualidade de vida e ao desempenho do governo. E as conclusões do relatório não são animadoras: os angolanos veem um futuro sombrio até pelo menos setembro de 2024, expressando uma clara perda de esperança nas políticas governamentais.

“Quando a população perde a esperança no governo, é um sinal inequívoco de declínio em termos de aceitação”, explica Gama. “Isso indica uma falta de confiança nas lideranças e nas perspectivas futuras. Se houvesse eleições livres e justas agora, o governo certamente perderia votos.”

Gama também faz referência às eleições de 2022, destacando o descontentamento expresso pela população naquela ocasião. “Os resultados eleitorais suscitaram dúvidas, especialmente porque o tribunal constitucional não conseguiu validar completamente os resultados. No entanto, esse descontentamento não foi completamente refletido nas urnas naquela ocasião.”

O relatório do Instituto Nacional de Estatística, um órgão oficial do Estado, oferece uma visão clara do sentimento predominante entre os angolanos em relação ao governo. O crescente descontentamento e a perda de confiança são sintomas alarmantes de uma crise de legitimidade que o governo precisa urgentemente abordar.

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José Gama