By Redacao
Os Serviços de Investigação Criminal (SIC) notificaram Dito Dalí na tarde desta sexta-feira, 21 de junho de 2024, para comparecer nas instalações do SIC-Luanda, no bairro Popular. Dalí deve responder ao Processo-Crime nº 2430/022-05 na próxima segunda-feira, 25 de junho.
O Hold On Angola soube através da rede social Facebook do activista que, segundo Rogério Milagre, investigador responsável pelo caso, Dito Dalí está a ser acusado de crimes que teriam ocorrido em 2022, incluindo participação em crime organizado. Dalí, contudo, nega qualquer envolvimento em actividades criminosas, alegando que as acusações são infundadas e têm motivação política.
Em declaração, Dito Dalí afirmou: “Francamente, não me lembro de ter cometido qualquer delito ou infracção penal que justificasse a abertura de processos judiciais contra mim. Trata-se, mais uma vez, de manobras do regime autoritário do MPLA, que procura silenciar e intimidar as vozes críticas que denunciam a má governação do governo de João Lourenço.”
Dito Dalí, conhecido pelo seu activismo político, reafirmou o seu compromisso com a justiça e a democracia em Angola. “O altruísmo daqueles que lutam por justiça é um dos factores que define as minhas lutas por Angola e pelos angolanos. Não desistirei deste país, não me sentirei forçado a emigrar ou abandonar a minha pátria devido à perseguição política. O meu lugar é aqui, e aqui lutarei por justiça e por um país democrático.”
Citando George Orwell na sua obra “1984”, Dalí criticou o que vê como a tentativa do governo de distorcer a realidade e reprimir os críticos. “Para que a ditadura seja plena e duradoura, é preciso destruir a noção de realidade e senso comum. A realidade passa a ser aquela que o partido opressor impõe. Retirar os críticos do sistema é uma característica de qualquer tirano.”
Dalí concluiu a sua declaração com uma referência a Olga Benário: “Lutei pelo justo, pelo bom e pelo melhor do mundo.” Ele garantiu que continuará a lutar por um país inclusivo e justo, mobilizando centenas de milhares de patriotas para o que chamou de “último combate” contra a opressão.
A notificação de Dito Dalí pelo SIC-Luanda é vista por muitos como parte de uma campanha mais ampla para intimidar opositores e críticos do governo angolano.
