Em uma análise incisiva, Tiago Soares, secretário da Aliança Patriótica Nacional (APN), revela que Angola enfrenta uma concentração desproporcional de transacções financeiras, com 85% delas concentradas em apenas cinco bancos comerciais. Soares, um crítico proeminente do actual cenário financeiro, destaca a necessidade urgente de uma “reforma financeira brutal”, propondo mudanças radicais para redefinir o panorama bancário do país.
Segundo Soares, a competição no sector bancário é essencial para estimular a inovação e a eficiência. Ele defende o surgimento de mais bancos comerciais, juros mais acessíveis e serviços com tarifas mais baixas. “Não podemos continuar neste monopólio em que se transformou a nossa banca. Actualmente, o negócio mais rentável dos bancos é a negociação de divisas”, enfatiza.
A crítica de Soares estende-se à estratégia do Banco Nacional de Angola (BNA), que, segundo ele, adoptou um câmbio subvalorizado como parte de uma estratégia que não está funcionando conforme planeado. O secretário da APN argumenta que várias políticas de competitividade e outras iniciativas do BNA não foram implementadas efectivamente pelo mercado. Ele destaca que o actual modelo de crescimento não está atingindo os resultados esperados, evidenciado pelas reservas de dólares e o volume de exportações que não reflecte a realidade actual do país.
“Ao promover políticas mais claras e deliberações assertivas em relação à moeda estrangeira, além de manter a moeda nacional competitiva, poderemos construir uma base financeira mais robusta e equilibrada”, destaca Soares. Ele concluiu seu posicionamento, compartilhado nas redes sociais, enfatizando a necessidade urgente de reformas que impulsionem o crescimento económico e promovam uma distribuição mais equitativa das transacções financeiras.
O alerta de Tiago Soares da APN lança luz sobre a urgência de um debate aberto e informado sobre as reformas financeiras necessárias para moldar o futuro económico de Angola.